16 de dezembro de 2021

7 de leitura

Histórias de Resiliência

Rocinha e Resiliência andam juntas!

por Cinthia Martins

Confira as entrevistas na íntegra com Felipe Jesus, Thiago Araújo e Victoria Marques, jovens da comunidade contam como começaram suas carreiras em tecnologia através do curso de programação da Resilia:

Considerada a maior comunidade do país, a Rocinha, localizada no Rio de Janeiro, é um polo cultural, social e econômico vivo. Com talentos de todas as idades e das mais diferentes trajetórias, é um lugar para manter os olhos abertos às possibilidades. Maior do que 92% dos municípios do Brasil, seus quase 200 mil habitantes atravessam os desafios de crescerem em um lugar com pouco incentivo estatal.

No entanto, não é sobre isso que vamos falar hoje. O objetivo desse artigo é destacar a capacidade de superar obstáculos e adaptar-se às mais adversas situações que esses três jovens encontraram em suas vidas. Afinal, isso é resiliência!

E não é só o local que os três têm em comum: Victoria, Thiago e Felipe viveram meses de aprendizado intenso com a Resilia. Após 6 meses de curso, se descobriam pessoas e profissionais mais resilientes. Quer saber como?

Felipe é #Resiliente formado na Turma 01, a Turma Fundadora da Resilia, e enxergou uma possibilidade de crescer nesse mercado de tecnologia em expansão. Trabalhou como jornaleiro por 8 anos em uma banca na Gávea, Zona Sul do Rio, antes de mudar de carreira totalmente. Nascido e criado na Rocinha, sua trajetória sempre foi de muita resiliência e desafios. É o que ele nos conta na entrevista.

Quando você decidiu começar a estudar para trabalhar com tecnologia?
Na verdade, eu sempre fui o garoto que curtia tecnologia e entender o funcionamento das coisas. Sempre fui muito inquieto nas minhas descobertas, embora eu nunca tivesse sequer pensando em trabalhar com isso. Com a minha realidade e as coisas ao meu redor, a tecnologia pra mim sempre foi algo muito distante.

Em meados de 2019 eu decidi que não queria mais adiar minha vontade de aprender mais sobre tecnologia. Foi o momento decidi parar um pouco e me dedicar completamente para estudar e trabalhar nessa área. Como eu não sabia por onde começar, comprei vários cursos online, me inscrevi em outros gratuitos… Ou seja, fiquei um tempo pulando de curso em curso, totalmente perdido. Foi aí que eu encontrei a Resilia!

E como foi a sua experiência com o curso de Desenvolvimento da Resilia?
Eu posso dizer que na Resilia eu tive uma das experiências mais loucas e gratificantes da minha vida. O curso é muito intenso! Eu tive a oportunidade de passar por todas as fases de um projeto real, tudo na prática: documentação, infra, banco de dados, desenvolvimento, entrega e apresentação do projeto. É realmente muito prático!

Além disso, nós ainda tivemos aprendizados comportamentais durante as aulas, dicas de autoconhecimento e cuidado pessoal. Tudo no curso é feito para nos preparar para atuar em empresa de verdade, com todo o ambiente pronto para essa experiência. É um aprendizado único!

Você fez parte da nossa primeira turma e muita coisa mudou de lá para cá, não só Resilia como na sua vida também. Você pode contar um pouco mais sobre quem é o Felipe hoje?
Bom, hoje em dia eu não sou mais jornaleiro, como trabalhei grande parte da minha vida. Pelo contrário, graças a tudo o que aprendi na Resilia eu pude entrar de fato no mercado de tecnologia e hoje trabalho integralmente como Desenvolvedor Front-End, na Bllog. Eu me sinto realizado e amo demais o que eu faço, assim como tudo o que eu aprendi e continuo aprendendo na minha profissão.

Na área de tecnologia as coisas mudam muito rápido e a gente aprende que todo dia de trabalho é um novo aprendizado. E foi com a Resilia que eu peguei gosto por aprender, mesmo depois de adulto. Eu comecei a ver as coisas com outros olhos, aprender que preciso continuar me atualizando. É por isso que eu posso dizer com certeza que a Resilia e mudou a minha vida!

“Desde muito novo eu sempre gostei muito de jogar, mas não tinha muitas condições porque sempre fui de uma família bem humilde. Eu nunca tive um console ou algo parecido até a adolescência, quando eu ganhei um computador usado da minha madrinha. O fato dele já estar bem velho me despertou muita curiosidade, que me fez começar a pesquisar memória RAM e a mexer mais nessa parte de hadware do computador, “craquear” os jogos para o pc até onde eles iam, já que eu não tinha como comprar outro…”

Thiago, #Resiliente formado na Turma 03, nos conta nessa entrevista que começou a se fascinar pelo universo tech com 15 anos, “e a partir daí foi meio natural me envolver com a tecnologia”. Apesar das dificuldades em torno desse sonho, sempre mostrou sua resiliência, antes mesmo de saber o significado da palavra. Ele se desafiou constantemente, aprendeu a aprender e hoje o jovem morador da Rocinha trabalha como Analista de Experiência e Suporte Técnico na IdWall. Além disso, ainda atua como monitor tech da Resilia!

Como foi a sua jornada de aprendizado em um curso totalmente remoto? Você pode contar um pouco mais sobre sua relação com o acesso à internet, nesse novo cenário de aprender online?
Não é tão ruim quanto parece, aqui em casa a internet é bem tranquila e o acesso à internet da comunidade também. Na Rocinha não temos muitas coisas fixas, então a luz é meio gambiarra e depende de postes que nem sempre estão de boa, principalmente quando chove ou acontece alguma coisa. Ficar sem luz é mais constante do que deveria ser, provavelmente mais constante do que é no asfalto.

Mas o meu acesso foi até tranquilo porque eu tenho computador em casa e internet, que é boa e funciona. Só quando chove ou quando acontece algo nos postes que fico sem, mas são coisas que moradores de comunidade já estão habituados. Eu precisei me adaptar para as horas de dedicação e aprendizado, mas funcionou!

Dentre todos os cursos online que existem, qual foi o fator diferencial para a sua decisão de começar a estudar com a Resilia?
Eu já fazia faculdade de Engenharia da Computação, mas eu sei que universidade é um pouco lenta para o ingresso no mercado de trabalho porque ela precisa ser mais geral em todos os conceitos básicos, ao mesmo tempo em que a tecnologia em si e o mercado mudam muito rápido. Então eu já estava pesquisando algumas maneiras de começar a trabalhar de fato com tecnologia, alguns cursos e bootcamps que me fizessem conquistar uma vaga de forma mais rápida e dinâmica.

Conversando com a Vic (Victoria Marques, nossa aluna da Turma 02), ela me indicou a Resilia e falou super bem do curso, aí eu dei uma olhada na grade e achei a ideia muito boa. Além disso, tinha o fato de na época eu não ter base em soft skills e não conhecer nenhuma metodologia ágil, nem nada do tipo. Eu só tinha a parte teórica da tecnologia e prática na marra mesmo, então a indicação dela e a grade soft da Resilia foram diferenciais para escolher o curso.

E como foi a sua recepção com as aulas?
Cara, as minhas expectativas foram muito mais do que atendidas! Como disse, eu li a ementa da Resilia antes de entrar, mas não levava muita fé que as soft skills e essa parte comportamentaliriam alavancar minha carreira, então estava mais focado na parte de hard skills mesmo. Mas durante o curso, vendo meu Linkedin tomando forma (aliás, antes do curso eu nem tinha Linkedin porque nem gostava de usar!), as aulas super dinâmicas que tive, tanto tech quanto soft, eu vejo que a Resilia valeu MUITO a pena!

Você acredita que ter feito o curso impactou no seu currículo e na sua vida?
Eu posso dizer que só estou trabalhando hoje por causa da Resilia. Hoje eu tenho uma vaga de emprego maravilhosa, em uma empresa muito boa e eu tenho certeza que não teria conseguido se não fosse pela Resilia. Tanto pela parte soft, que me ajudou muito na hora da entrevista, os contatos que o curso me deu, a parte tech que foi super elogiada e os projetos que fiz me deram uma super experiência. Eu não estaria no cargo que eu estou hoje se não fossem vocês!

Victoria Marques Sobrinho é Resiliente da Turma 02 e nos conta que a primeira vez que se apaixonou por tecnologia foi aos 7 anos de idade, quando ganhou seu primeiro computador. No entanto, não foi na infância que decidiu que seguiria nesse ramo. Somente em 2020, depois de muitas experiências nas mais diferentes áreas, que ela decidiu começar o curso de Desenvolvimento Web da Resilia. Agora, já formada, ela atua como Desenvolvedora Front-End Jr. na Infobase It.

Como você se viu apaixonada por tecnologia?
Eu sempre fui muito curiosa e na adolescência busquei experiências muito diferentes. Fiz técnico em Química, mas não completei. Fiz também técnico em administração e comecei uma faculdade em Ciências Contábeis. Trabalhei como vendedora, operadora de caixa, fui auxiliar administrativo… Mas eu não me encontrei até pouco tempo. Foi só com 22 anos que eu pensei “área de tecnologia tá crescendo, o mercado estava precisando de mão de obra”. Como era uma coisa que eu já gostava antes, não tinha porquê não tentar. Foi assim que eu decidi entrar na área.

Você é uma das participantes do ResiLadies, nossa comunidade feminina dentro da Resilia. Para você, houveram dificuldades por ser mulher nesse meio da tecnologia?
Isso tá tão enraizado na sociedade que no meu início de carreira eu posso não ter observado com clareza as coisas que agora eu observo. Mas eu passo por dificuldades diariamente porque programação exige bastante esforço, bastante estudo e você também precisa lidar com a frustração do código não está funcionando.

Eu já tive situações embaraçosas em que, em determinado momento, uma pessoa na minha equipe gritou comigo e na época eu não tive inteligência emocional e acabei chorando na frente dela. Esse tipo de situação é bem embaraçosa!

E como a Resilia entra nessa história? Você percebeu uma contribuição para a sua formação pessoal e profissional?
Sem sombra de dúvidas a Resilia contribuiu muito para a minha carreira e para a minha vida, porque eu aprendi coisas que eu até podia “meio que” saber, mas tive ali como focar e me especializar de fato. Eu agradeço muito a Resilia por ter a monitoria, porque foi através dela que eu realmente percebi que pude me desenvolver.

Como temos 3 horas de aula por dia, então se você quer, você tem que batalhar. Você precisa estudar em outros horários, ir atrás mesmo… E eu tive a oportunidade de ser mentorada pelo Léo, a quem eu agradeço muito por toda a paciência e tempo. Eu sempre tive muita dificuldade em lógica de programação e foi por momentos assim, com profissionais como ele, que eu pude me desenvolver. Quero que fique registrado aqui essa gratidão que eu tenho por ele!

E para finalizar, qual é o principal diferencial da Resilia, aquilo que faria você pensar “uau” ou indicar para outras pessoas, como foi com o Thiago?
Na minha opinião o diferencial principalmente você poder aprender e desenvolver as suas soft skills. Não tem como você desenvolver uma habilidade comportamental e social se você estiver sozinho. É impossível, pelo menos pra mim. Essa parte técnica, da hard skills, você pode sim desenvolver sozinho, tem muitos cursos, é uma batalha diária, mas é possível. Já as soft skills são muito importantes e não vejo em tantos lugares. Não é à toa que é o diferencial da Resilia!

rocinha

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